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CASA DA SUSTENTABILIDADE

Equipe: BARRA Arquitetos + ALTA Escritório de Arquitetura

Projeto desenvolvido para concurso nacional de arquitetura.

Localização. Campinas, SP

Ano. 2016

A Casa da Sustentabilidade (doravante referida como “Casa”) foi concebida para se integrar completamente ao Parque Portugal. Propõe-se que a visita ao edifício seja uma experiência fluida e concatenada com os demais percursos existentes no parque, amalgamando-se aos espaços abertos circundantes tanto através da continuidade de seus fluxos como com seus elementos de arquitetura que procuram diluir a transição entre áreas externas e internas ao longo da promenade.

A quem se aproxima a partir da direção sudoeste, onde se localiza a bastante utilizada entrada 5 do parque (conhecida como o “portão das quadras”), o projeto oferece múltiplos circuitos - o visitante pode optar por descer ao nível da galeria de exposições (cota +641) tanto pelos amplos degraus na extremidade sudeste do edifício como pela suave rampa discretamente incluída no desenho do espaço aberto; também existe a opção de subir à cobertura do edifício para aproveitar a vista panorâmica e conhecer as soluções adotadas na construção do edifício, que faz questão de expor suas  técnicas de construção sustentável.

Um percurso periférico protegido pela generosa cobertura do edifício circunda toda a planta, o que significa que independentemente da direção pela qual o visitante se aproxime, uma vez acolhido pela Casa, todas as rotas estão disponíveis. O acesso noroeste prevê uma larga escadaria em leque que se desenvolve ao redor do salão de reuniões principal. Uma pequena fenestração oferece a possibilidade de saber se há alguma atividade de interesse em andamento, ratificando o caráter público do edifício.

Aberturas para a casa de bombas responsável por levar a água filtrada pelos jardins aos reservatórios superiores, localizada sob a escadaria que leva à cobertura, reforçam o caráter didático da construção.

As amplas portas de acesso no sudeste alinham-se com as portas do acesso noroeste, de modo que a galeria de exposições principal funciona como uma adjacência ao percurso proposto, não exigindo do visitante que dê meia volta e percorra novamente alguma área já visitada se isso não for de seu interesse. Assim, a visita ao edifício se torna muito mais atraente mesmo para o transeunte cotidiano, que muitas vezes atravessa o parque por necessidade e que dessa maneira pode se sentir convidado a agregar a Casa ao seu roteiro diário e, possivelmente, também a sustentabilidade que ela propala ao seu estilo de vida.

O espaço de exposições temporárias conta com pé-direito alto e abundante iluminação natural proveniente tanto das aberturas laterais, protegidas da insolação direta pelas longas projeções da cobertura do edifício, como pela iluminação zenital sobre o alinhamento das portas, onde a proteção dos raios solares se dá pelo posicionamento estratégico de placas solares - gesto que une simbolicamente as estratégias de economia ativa e passiva de energia presentes no edifício. As áreas administrativas integram-se visualmente ao salão de exposições, fazendo proveito de sua iluminação natural.

Planta Baixa: Térreo

Fachada Oeste

Acesso Norte

Acesso Sudoeste

Acesso ao Terraço

COBERTURA

 

A cobertura é composta por camadas de diferentes materiais. A maior parte dela se resolve com policarbonato reciclado e reciclável, permitindo maior iluminação natural tanto das áreas periféricas como das áreas internas da edificação, apoiado sobre uma estrutura secundária de madeira de reflorestamento. Um forramento de vegetação trepadeira caducifólia apoiada em discretos cabos de aço fixados em painéis modulados filtra a entrada luz do sol excessiva, contribuindo para a manutenção de um microclima agradável junto do edifício. Decks flutuantes cumprem o mesmo papel, além de garantir a visibilidade da cobertura. Técnicas de cobertura verde também estão presentes no projeto, que abriga hortas educativas que podem ser utilizadas pelo público em programas educativos gerenciados pela Casa da Sustentabilidade. A camada de terra sob a horta oferece vantagem contra o superaquecimento do ambientes internos nos meses de verão. Os generosos balanços não permitem que os raios solares penetrem nas zonas internas no verão e evitam o contato das superfícies verticais de vedação com a água da chuva, garantindo alta durabilidade e baixa necessidade de manutenção do edifício.

 

ESTRUTURA

A estrutura portante é composta de pilares e vigas em madeira laminada colada formando sete pórticos ao todo. A escolha da madeira como material principal se dá pela sua baixa pegada ecológica - que se insere nos ciclos ambientais e não contribui com emissões de carbono - assim como por sua versatilidade, durabilidade e vida útil. Além disso, os processos certificados de pré-fabricação das peças de madeira reduzem custos e desperdícios.

 

VEDAÇÕES

A inércia térmica para aquecimento e resfriamento na cidade de Campinas se demonstra aplicável a 35,63% das horas do ano. O projeto opta, portanto, por paredes externas feitas essencialmente a partir de blocos pré-moldados de terra-batida proveniente dos pequenos ajustes topográficos do próprio sítio previstos no projeto. Blocos de terrabatida são uma técnica em franca expansão, amplamente pesquisada atualmente, eles unem a tradição vernacular encontrada, por exemplo, nas casas bandeiristas da região de São Paulo a uma tecnologia ligada a pesquisas de ponta no âmbito da construção sustentável. Os blocos possuem 60cm de espessura e contam com a elevada capacidade de atraso térmico, tornando as paredes externas altamente eficientes na manutenção de uma temperatura média amena. No verão, a envoltória absorve o calor sem permitir o aquecimento interno, no inverno o calor interno da edificação encontra maior facilidade para se manter armazenado. O sistema de vedação se completa com construção a seco baseada em painéis certificados.

Sala de Reuniões

Circuito de visitação

Corte Transversal

Corte Longitudinal

Circuito de visitação

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